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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Acreditar na Juventude, é urgente e preciso!

“Preferimos caminhar devagar,
mas com os jovens, do que depressa sem eles.”

É urgente e preciso “tirar as sandálias” para adentrar no espaço sagrado das juventudes. Tal como naquela clássica passagem bíblica em que o grande profeta do Êxodo reconhece a voz de Deus diante da sarça que ardia em fogo sem se consumir (Ex 3) – indicação da voz divina que ressoa na consciência humana – também as juventudes se constituem num lugar teológico no qual Deus se manifesta com vigor, objetividade e profetismo. Os jovens são portadores dos dons da transformação, da autenticidade, da renovação e da construção da vida. Protagonismo e juventudes são realidades convergentes. A vida dos jovens é testemunho da esperança no futuro. Convoca à desinstalação, à vitalidade. É próprio do ser jovem a indignação diante das contradições que se expressam em injustiças, exploração, marginalização, exclusão, fome, desemprego, destruição da natureza e que não permitem as pessoas se desenvolverem como filhos de Deus, sujeitos de dignidade e povo de irmãos. Acreditar nas juventudes, portanto, significa evoluir num processo de reconhecimento do divino nos jovens. O Deus trindade se fez comunidade, deu-se a conhecer, expressou seus sonhos. O jovem de Nazaré foi também um “sonhador” e teve a coragem de desacomodar e incomodar o status quo da sociedade, da política e da religião do seu tempo. O seu “sonho”, no entanto, é real e continua vivo. Nos corações jovens o seu projeto pulsa com paixão e impele ao caminhar. Por tudo isso, acreditar nas juventudes significa crer que é possível concretizar hoje o ideal de profética e missão que dá vida à Igreja. Como as manhãs que trazem novos ares nos dias nem sempre fáceis de serem vividos, assim os jovens são para toda Igreja e para o mundo os grandes evangelizadores que “não deixam cair a profecia”. Por eles, que se conectam por causas e ideais capazes de vencer as fronteiras e a acomodação, toda a comunidade eclesial pode encontrar forças e caminhos para transcender as diversidades, vencer os individualismos na luta por uma sociedade justa, solidária e fraterna. Portanto, é preciso ouvir a voz de Deus que ecoa nas juventudes, mas ouvir ativamente, ou seja, é preciso envolver-se com os jovens. É preciso acreditar no espírito transformador e criativo das juventudes que, no amor e na esperança, alimenta seus sonhos e é preciso também caminhar junto com os jovens, fazer parte dos peregrinos errantes que labutam na defesa e promoção dos direitos das juventudes e das crianças. É preciso, todos que assumem a causa jovem, lutar por espaços de participação nos quais os “sujeitos de direito” sejam sujeitos reais com voz e vez contra as violências cometidas e a favor de uma sociedade criativa, com espaço para poesia e profecia, a caminho da civilização do amor.

Ir. Adriano Brollo
Diretor do Setor de Pastoral da PMBCS
Coordenador Nacional de Pastoral ANEC

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